quarta-feira, novembro 22, 2006

Já está acontecendo (parte II)

A contaminação por mercúrio de áreas de garimpo na Amazônia é um problema alarmante. Um exemplo disso é que o peixe mais contaminado por mercúrio já encontrado em todo o mundo estava nas águas do rio Tapajós, às proximidades do garimpo 'São Chico', no município paraense de Itaituba. O contágio estimado beirou os 60% nos peixes de grande porte do rio Tapajós. Além disso, milhares de pessoas se alimentam basicamente desses peixes.

Na rodovia 'Transgarimpeira' - como é chamado o trecho da BR-163 entre os municípios de Novo Progresso e Trairão - 60% da população ribeirinha estão contaminados por mercúrio. Deste universo, 50% relataram gosto metálico na boca, tremores e palpitação e 40% tinham sensações de formigamento, adormecimento ou ardência nas mãos e pés. A conseqüência mais grave é o dano irreversível ao cérebro humano.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estipula 0,5 ppm como índice aceitável de presença de mercúrio, mas, no rio Tapajós, foram registrados 22 ppm num peixe carnívoro (o maior índice de contágio do planeta). Às proximidades do 'São Chico', duas traíras - uma das espécies mais consumidas da região - registraram de 19 a 20 ppm de contaminação. Ppm quer dizer 'parte por milhão' e é uma medida científica usada para estimar a concentração do metal em soluções diluídas.

Imagina só o São Francisco e outros rios mais onde a garimpagem corre solta...






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