quarta-feira, julho 08, 2009

Golpe? Que Golpe?

O chamado golpe militar impetrado pelos militares hondurenhos tendo à frente Roberto Micheletti, não é bem um golpe.

Parece que o presidente deposto Manuel Zelaya é que estava a fim de se perpetuar no poder.
Desrespeitou a constituição hondurenha que ele mesmo ajudou a redigir.

"Nenhum cidadão que já tenha ocupado o cargo de chefe do Executivo poderá ser presidente ou vice-presidente. Quem violar esta lei ou propuser sua reforma, bem como quem apoiar direta ou indiretamente tal violação, cessará imediatamente de desempenhar suas funções e estará impossibilitado de ocupar qualquer cargo público por um período de dez anos."
Observe-se que o artigo fala em intento e também diz "imediatamente" - ou "no mesmo instante", ou "sem necessidade de abertura de processo", ou de "impeachment".

Na América Latina, os chefes de Estado mostraram-se frequentemente acima da lei. A sanção instantânea da lei suprema impediu com sucesso a possibilidade de um novo continuísmo hondurenho.

A Suprema Corte e o ministro da Justiça ordenaram a prisão de Zelaya, pois ele desobedeceu a várias ordens do tribunal, obrigando-o a obedecer à Constituição. Foi preso e levado para a Costa Rica. Por quê? O Congresso precisava de tempo para reunir-se e tirá-lo da presidência.

Tiraram o homem e ele foi direto se queixar para os americanos através da Nações Unidas.
No começo todo mundo condenou e chamou de golpe militar.

Lula, o que nada escuta e nada vê, viu como um retrocesso nos regimes latinos.

Os americanos, chegadíssimos a uma intervenção, se arvoraram em reconduzir o "golpeado" Zelaya ao poder.

Depois, com calma, examinaram a situação e chegaram a conclusão que o buraco era mais em baixo.


Visto aqui do Planalto Central, isto mais parece coisa do Chávez que anda espalhando maus exemplos para os presidentes eleitos pelo voto popular.

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