O chamado golpe militar impetrado pelos militares hondurenhos tendo à frente Roberto Micheletti, não é bem um golpe.
Parece que o presidente deposto Manuel Zelaya é que estava a fim de se perpetuar no poder.
Desrespeitou a constituição hondurenha que ele mesmo ajudou a redigir.
"Nenhum cidadão que já tenha ocupado o cargo de chefe do Executivo poderá ser presidente ou vice-presidente. Quem violar esta lei ou propuser sua reforma, bem como quem apoiar direta ou indiretamente tal violação, cessará imediatamente de desempenhar suas funções e estará impossibilitado de ocupar qualquer cargo público por um período de dez anos."
Observe-se que o artigo fala em intento e também diz "imediatamente" - ou "no mesmo instante", ou "sem necessidade de abertura de processo", ou de "impeachment".
Na América Latina, os chefes de Estado mostraram-se frequentemente acima da lei. A sanção instantânea da lei suprema impediu com sucesso a possibilidade de um novo continuísmo hondurenho.
A Suprema Corte e o ministro da Justiça ordenaram a prisão de Zelaya, pois ele desobedeceu a várias ordens do tribunal, obrigando-o a obedecer à Constituição. Foi preso e levado para a Costa Rica. Por quê? O Congresso precisava de tempo para reunir-se e tirá-lo da presidência.
Tiraram o homem e ele foi direto se queixar para os americanos através da Nações Unidas.
No começo todo mundo condenou e chamou de golpe militar.
Lula, o que nada escuta e nada vê, viu como um retrocesso nos regimes latinos.
Os americanos, chegadíssimos a uma intervenção, se arvoraram em reconduzir o "golpeado" Zelaya ao poder.
Depois, com calma, examinaram a situação e chegaram a conclusão que o buraco era mais em baixo.
Visto aqui do Planalto Central, isto mais parece coisa do Chávez que anda espalhando maus exemplos para os presidentes eleitos pelo voto popular.
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