A jornalista americana Norah Vincent, colunista do Los Angeles Times deixou o cargo de colunista há 3 anos atrás para se dedicar a um projeto no mínimo curioso.
Ela se travestiu de homem com a ajuda de hábeis maquiadores e até de uma fonoaudióloga para engrossar a voz, e passou 2 anos convivendo em ambientes tipicamente masculinos como clubes de strip-tease. Empregou-se em uma empresa de vendas, conviveu com homens da classe operária e até freqüentou o clube de boliche exclusivo de um grupo só de machões. Passou uns tempos em um mosteiro para entender de fio a pavio o comportamento do macho.
O resultado está no livro Feito Homem lançado no Brasil recentemente.
Da entrevista que ela deu à revista Veja da semana passada, extraí este comentário:
“O mundo tende a ver a masculinidade como um desvio politicamente incorreto. Não faltam advogados de defesa dos negros e das lésbicas, mas o macho branco ocidental e heterossexual, claro, é sempre demonizado. Espero que meu trabalho ajude a ver que é uma bobagem dividir o mundo por esse prisma estreito”
Acho que todos nós, machos brancos ocidentais, devíamos dar uma olhada neste livro, pois me parece um bom momento para refletirmos sobre nossa condição de oprimidos pelos mitos criados por nós mesmos e que nos coloca em situação de inferioridades em relação aos outros sexos.
À propósito, Norah é lésbica assumida.
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